Todos os dias uma lembrança, um suspiro, um alento. A imagem da velha cidade, da velha rua, do velho prédio que marcou gerações e fez história em grandes e pequenos detalhes voltam à vida através do projeto Cariri das Antigas (CdA), que se aproxima dos 5 anos ultrapassando acervo de 9.000 fotografias.
É uma rua de pedra que hoje é asfalto para carros; uma praça que se foi; um cinema que virou estacionamento; um velho bar que que desapareceu. E nós, descendo a timeline, nos encontramos encantados com este passado tão recente e tão distante.
O quanto Juazeiro mudou. E o Crato era assim? A feira de Missão Velha na rua principal era viva. A água limpa do volumoso Rio Salgado ficou conservado naquela foto em Lavras para mostrar às gerações futuras o que destruímos.
Mas não apenas isso. Mais do que um significativo acervo fotográfico compartilhado, o projeto se tornou sinônimo de informação bem apurada sobre um Cariri sem memória graças à perseverança de Roberto Júnior, historiador prodígio.
E a missão cresceu na medida em que o projeto alcançou mais pessoas. Hoje são 20.000 na fanpage do Facebook, mais de 4.000 no Instagram e quase 3.000 no YouTube.
A causa patrimonial tomou forma com o "Memórias Edificadas" e o projeto passou a denunciar a especulação imobiliária e a derrubada de prédios históricos, como o Casarão de Juvêncio Santana, posto abaixo em 2018.
Nas palavras de Roberto Júnior, "nem o conhecimento estagnado na mão de poucas pessoas nem os saberes da nossa região escondidos servem para nada". E por isso divulga "para aprendermos com ela".
"Servimos para mostrar como o patrimônio material fala de nós mesmo, de nossa formação. Isso inclui o sentimento de pertencer a um local e manter a história viva", defende.